terça-feira, maio 10

É hora de partir

Ela se foi com o coração na mão e um sorriso falso nos lábios. A boca entreaberta, como quem assinala uma confissão de falta de ar.

Partiu em busca de outros gases, bem menos venenosos, bem mais explosivos.

Trazia consigo a mala pronta, os porta-retratos numa sacola de compras antiga de papelão, muito bem dobrada, que esperava ansiosa o dia em que seria usada.

Lembrou do perfume na cômoda: Jasmim... Hesitou por um instante.
- Que faria sem jasmim?
Tomou por bem se despedir do passado.
E convenceu a mente de que melhor seria a vida sem o cheiro do pretérito.

Partiu sem deixar rastros, carta, recado na secretária ou forma de contato.
Queria se despedir do mundo de forma ingrata, sem dizer adeus.
Queria possuir os átomos do tempo, domesticá-los e dominá-los.

3 comentários:

wagner disse...

Depende o anderson silva com aquela voz fininha, rs.....ahahahaha

bjs e te add no twitter e face

Isabella Araújo (Zabella) disse...

Olá, Carol! Voltou a escrever também, que legal! Um gás menos venenoso, porém explosivo... Me parece que a personagem foi dominada pelo tempo, por um episódio do passado... quem nunca foi, não é mesmo... boa semana pra vc! bjo!

Viviane Marques Guedes disse...

Carolzinha, vc como sempre tão linda, tão linda... e muito inspirada em tocar nossas almas por dentro... bjo grande preciosa!